Ainda me lembro de tudo ao promenor…
“ – Aqui está a fotografia da tua irmã, e de ti. Quando tinham dez anos. Alguns anos antes de ela fugir. – Dizia a minha mãe com uma fotografia antiga, ainda a preto e branco, toda amachucada
- Porque ela fugiu? Porquê? – Dizia eu ao ver a fotografia.
- Não sei. Ela no dia em que fugiu, deixou-me esta carta. – Passou-me a carta para as mãos.
“ Mãe, quando estiveres a ler esta carta, lembra-te de mim, de quando eu brincava com a Filipa, de quando te abraçava, de quando brincava contigo, de quando eu dizia que te amava. Pois, esses momentos, terminaram. Terminaram, para sempre. Pois, agora, estou à beira da morte. E não faças nada. Quando
estiver feito, está. Não há nada neste mundo que tu possas fazer para me salvar. Eles querem-me! Querem-me…Morta.
Amo-te mãe.
Ana.”
- Quem são aqueles, de que a Ana se refere na carta!?
- Não sei filha, nunca descobri. Isto é a única coisa que eu tenho dela.
A minha mãe começou a chorar mal eu li a carta.
- Não sei que se passa, nem sei quem são eles. Mas eu só sei que não descanso enquanto eu não descobrir quem são eles.”
São essas as memórias que me vêm à cabeça. E a cara da amiga da Nádia é idêntica à da minha irmã. Eu sinto, eu sinto que estou perto dela.
Estou mais perto dela do que nunca.